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domingo, 29 de março de 2015

OS INTOCÁVEIS...

"Assunto: Sócrates, o português ...
  por António Manuel Santos Franco"

Referir que acredito na culpabilidade de Duarte Lima no caso do assassinato no Brasil, que acredito que Lee Harvey Oswald matou Kennedy, Que João Paulo I foi assassinado e que não gosto particularmente de Cavaco Silva.
Serve isto para dizer que não me deixo levar por "teorias de conspiração", que normalmente apenas existem na cabeça de alguns "iluminados" e que felizmente raramente correspondem à realidade.
 A minha opinião sobre Sócrates é muito simples...
Sócrates é doente...
E como não consegue distinguir a verdade da mentira, tem um discurso coerente e credível, quer seja verdade o que diz, quer seja completamente falso...
Sócrates tem um ego gigantesco...
Acha-se um génio, e no seu desvario achou que o País lhe devia eterno reconhecimento...
Fez de Portugal o seu quintal...
 E trouxe para a brincadeira os seus amigos...
Se hoje não duvido da honestidade de homens como Luis Amado, ou Teixeira dos Santos, sempre achei que só num governo comandado por um lunático, se poderiam encontrar personagens como Paulo Campos ou Maria de Lurdes Rodrigues...
Sócrates trouxe para politica um modo agressivo e de falta de educação, que segundo os seus seguidores o definiam como o "Animal Feroz".
 Para mim, e já o referi anteriormente, José Sócrates é apenas um homem que não aceita o contraditório, e é extremamente mal educado...
 Que faz do insulto a sua arma...
Que faz do medo o seu "modus operandi"...
Que não hesitou em quebrar a espinha ao ministério público através de magistrados cobardes, como Cândida Almeida, Pinto Monteiro ou Noronha do Nascimento, os quais pura e simplesmente evitaram que qualquer processo que envolvesse o primeiro ministro, chegasse sequer a inquérito...
 Que criou na banca uma rede de influências, através das quais manteve uma divida pública artificial, assente na compra de títulos dessa mesma divida por parte da Banca e que levou à sua total descapitalização...
Que tentou silenciar a imprensa que lhe era incómoda, nomeadamente o Sol, o Correio da Manhã e a Revista Sábado, chegando a tentar que a PT comprasse a TVI para afastar Manuela Moura Guedes e o marido...
A partir de determinada altura Sócrates confundiu tudo...
 Achou-se um predestinado...
Os outros eram todos "bota baixistas"...
A Europa não o entendia...
 Começou a privar com exemplos de Democracia...
De Kadhafi a Hugo Chavéz, não houve ditador que não visitasse o "Messias"...
Ficou completamente alheado da realidade...
Agarrou-se a mitos tipo PEC 4...
Que ainda hoje defende, mesmo depois de Jean Claude Trichet ter dito que em Maio de 2011, Portugal pura e simplesmente não tinha dinheiro...
 Na RTP tinha um comentário semanal que parecia um comício, tendo José Rodrigues dos Santos sido afastado por razões nunca explicadas em detrimento de Cristina Esteves a qual, se comportava com uma docilidade por vezes a roçar o ridículo...
Hoje ouvi Pinto Monteiro dizer uma barbaridade...
Que almoçou com Sócrates e que apenas falaram de livros...
Alguém acredita nisto?
 Era neste estado de mentira que Sócrates se movia...
Era num Portugal esquizofrénico que o primeiro ministro vivia, e cuja esquizofrenia é hoje paga por nós a peso de ouro...
Alguns jornalistas e comentadores parecem estar mais interessados em saber sobre a violação do segredo de justiça, do que sobre crime em si...
 É tão absurdo como eu dar um tiro em alguém, e a preocupação da justiça ser se a pistola estava legal ou não...
Surreal...
 Não conheço José Sócrates...
Não o quero conhecer...
Não quero conhecer o homem que levou o meu país, a aparecer nos jornais de todo o mundo pelas piores razões...
E se um dia o "animal feroz" me atacar, dir-lhe-ei apenas uma frase...
Não tenho medo de si..."

domingo, 22 de março de 2015

CADÊ OS OUTROS ?

Cadê os outros? Mas o facto é que [Sócrates] não atuou sozinho: teve como cúmplices Mário Lino, Paulo Campos e alguns outros.
Sócrates está preso há mais de quatro meses, o que surpreende muita gente; de facto, a situação é inédita. Mas, face às maldades que vêm sendo feitas pelos políticos ao povo português, o que mais espanta é o facto de apenas Sócrates estar preso, que não haja dezenas de políticos na cadeia. Independentemente do que vier a substanciar a acusação do Ministério Público ao ex-primeiro-ministro, é certo que, enquanto governante, Sócrates celebrou contratos ruinosos para o Estado, em particular os das parcerias público-privadas rodoviárias. Garantiu rentabilidades anuais milionárias aos concessionários. Com estes contratos, Sócrates comprometeu a saúde das finanças públicas até 2035. Mas o facto é que não atuou sozinho: teve como cúmplices Mário Lino, Paulo Campos e alguns outros. E, ao que consta, estes nem foram minimamente incomodados pela Justiça. Data também dos tempos do consulado de Sócrates a nacionalização do Banco Português de Negócios. O BPN estava falido, mas pertencia a um grupo florescente, a Sociedade Lusa de Negócios (SLN). Inexplicavelmente, Sócrates nacionalizou o BPN, assumindo o Estado prejuízos de sete mil milhões. Mas deixou aos acionistas e administradores da SLN, Dias Loureiro, Oliveira e Costa e outros todos os bens de fortuna. Com a conivência de PSD e CDS, Sócrates e Teixeira dos Santos celebraram um dos mais ruinosos negócios de que há memória. Mas nem Teixeira dos Santos nem Dias Loureiro foram até hoje inquietados. Assim, Sócrates será um dos principais responsáveis pela "rede que utiliza o aparelho de estado para corrupção", assumida pela Procuradora-Geral. Está preso. Mas o regime, o modelo e funcionamento da Justiça têm poupado, de forma recorrente, quase todos os políticos. E mesmo os que são julgados ludibriam o sistema. Até Armando Vara, condenado a cinco anos de prisão efetiva... efetivamente está solto. Tem sido longa a lista de políticos que ruma a Évora visitar e prestar vassalagem ao ex-primeiro-ministro. O que deve espantar Sócrates é como não ficam lá muitos deles a fazer-lhe companhia.  

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/opiniao/colunistas/paulo_morais/detalhe/cade_os_outros.html

quarta-feira, 18 de março de 2015

GOSTAR DO QUE É PORTUGUÊS...

POR PAULA GOMES PINTO...

Há umas semanas estava num concerto do António Zambujo quando o ouvi a falar sobre a cada vez maior necessidade de gostarmos do que é nosso, numa altura em que a União Europeia sofre do síndrome da desunião. É certo que temos um tendência terrivelmente irritante para apequenarmos o que é nosso , mas de vez em quando é preciso relembrar que são precisamente as pequeninas coisas que nos tornam únicos.
Escusado será dizer que todos gostávamos muito de ter uma economia sólida, um grau de corrupção menor e uma classe política mais responsável e fiável. Mas essas são as tais coisas grandes.  Falo do simples, do mais simples que há. Lembrei-me disto novamente esta manhã enquanto comia um pão com manteiga na padaria lá do bairro e ouvia os vizinhos mais castiços à conversa: há mais algum país no mundo onde o pão nacional tenha o delicioso nome "papo-seco"? Ou onde se use a maravilhosa expressão "Rebéu, béu, pardais ao ninho?". E se beba o mítico "café com cheirinho"?
Somos o país do fado e do cante alentejano. Dos ranchos folclóricos que sobrevivem ao tempo, das tradições centenárias e das festas populares. Das tripas, do pastel de Belém, da sardinha no pão e das mil uma maneiras de se cozinhar bacalhau. Do vinho do Porto, do vinho verde à pressão e do abafadinho caseiro. Da hospitalidade com H maiúsculo e dos prazeres genuínos como os dias passados à volta da mesa. Da gigante diversidade natural num retangulo tão pequeno, da costa cheia de praias desertas sem fim. Da palavra saudade, que só quem fala português tem.

O Portugal dos pequeninos


Já nem falo do facto de sermos um país com uma das histórias mais antigas da Europa. Isso faz parte das coisas grandes, mas são realmente as coisas pequenas que nos tornam únicos na nossa identidade. Alguma delas nos paga a renda da casa? Não. Mas fazem de nós e não vale a pena querermos eternamente ser como os outros. Somos nós e somos muito. Chega de termos vergonha de sermos Portugal. 
A única coisa à partida simples que me envergonha é o Portugal dos pequeninos. Aquele Portugal do pequeno poder, da invejazinha, do diz que disse, dos chico-espertismo, da ode à incompetência, dos tachinhos, da incapacidade de nos sentirmos felizes pelo sucesso alheio. É feio e temos muito disto por cá. Mas também temos o resto.
Adoro ser portuguesa, talvez tanto como adoraria ser alemã se tivesse nascido na Alemanha. Este é o meu país, é a minha casa. É também o sítio onde o primeiro-ministro diz à minha geração que deve emigrar e onde as entidades patronais continuam a achar que os falsos recibos verdes são legais ou que discriminar mulheres grávidas e com filhos pequenos faz parte dos legítimos interesses das empresas. Às vezes tenho vontade de ir embora. E possivelmente até acabarei por o fazer. Mas nunca deixarei de gostar de ser portuguesa, mesmo que Portugal - no seu sentido mais burocrático - não tenha lá grande consideração por mim. António Zambujo, obrigada por me teres relembrado disso.


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/vale-a-pena-termos-vergonha-de-portugal=f911769#ixzz3UjiVmGxP

segunda-feira, 16 de março de 2015

CUMPRA-SE

Cumpra-se! Este regime constitucional já não funciona.  O exercício da política está pelas ruas da amargura. Periga a democracia porque este regime constitucional já não funciona. E não porque a Constituição seja má, ou porque seja necessário uma nova. Falta é cumprir a Constituição que temos. Os exemplos de desrespeito pela Constituição da República Portuguesa (CRP) sucedem-se. Desde logo, ao nível do funcionamento geral do regime. O seu artigo 111º estabelece a separação e interdependência de poderes. Mas o poder legislativo foi capturado pelas grandes sociedades de advogados, que legislam em função dos interesses dos grupos económicos a que estão associadas. O poder judicial não é autónomo. Está refém do Executivo, que lhe sonega os meios financeiros que garantam uma missão atuante e independente. E o papel central do poder executivo é mais o de assegurar privilégios aos grupos económicos do regime – através de privatizações, parcerias público-privadas ou até vantagens fiscais – do que velar pelo interesse público. A atual arquitetura fiscal é uma das formas mais perversas de violação da CRP. O seu artigo 104º determina que "a tributação do património deve contribuir para a igualdade entre cidadãos". Mas uma família que adquira um T2 paga mais imposto do que um promotor imobiliário que, detendo centenas de propriedades em nome de um fundo de investimento imobiliário, beneficie de isenções de IMI. Nem mesmo o Presidente da República respeita a Lei Fundamental. Quando um primeiro-ministro viola o seu contrato eleitoral, porque prometeu não aumentar impostos mas não hesita em fazê-lo, tem de ser demitido. Pois está a desrespeitar o regular funcionamento das instituições. Ainda assim, o Presidente nada faz, como lhe competiria nos termos do artigo 195º da CRP. A CRP tem de ser revitalizada. E só será possível com um Presidente que faça cumprir o que é hoje o mais desrespeitado de todos os artigos, o 108º: "O poder político pertence ao povo e é exercido nos termos da Constituição."

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