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terça-feira, 26 de maio de 2009

O REVERSO DA MEDALHA - ÁFRICA MINHA


NÓS AQUI DAMOS AOS AFRICANOS RENDIMENTO SOCIAL DE INSERÇÃO, HABITAÇÃO DE BORLA, SAÚDE DE BORLA, ESCOLA DE BORLA, ABONO DE FAMÍLIA, ETC. MAS OS AFRICANOS EM ÁFRICA VÊEM-NOS DE ACORDO COM UM EMAIL QUE CIRCULOU POR TODO O MOÇAMBIQUE E QUE ABAIXO TRANSCREVO:



"BIM: o último baluarte de Salazar


Li, como muitos o fizeram, um texto escrito por um cliente cujo titulo era Coisas do BIM. Em linhas gerais o cliente mostrava a sua indignação pela forma boçal e racista com que foi tratado por um alto quadro desta instituição, que como os números indicam, é o maior banco do país e consta na lista das maiores empresas de Moçambique.

O aludido texto criou-me um duplo sentimento: de satisfação e desilusão. Satisfação porque veio a público a podridão da doentia personalidade dos que detêm as rédeas daquele Banco de capitais Portugueses.

Começa assim um prenúncio da 23 revolução que os Moçambicanos devem se empenhar.

Ficou claro para todos, que o que se passou com este cliente é apenas uma pequena imagem do que acontece em todas empresas em que os gestores são provenientes do país rectangular da Península Ibérica.

Senti-me desiludido porque perante esta ciclópica injustiça, a maior parte de nós mais não fez que reenviar o mail e esboçar um sorriso, como que a dizer missão cumprida. Não! meus irmãos, a missão ainda não está cumprida, não devemos ficar descansados, não devemos pregar o olho enquanto não for eliminado o último opressor, como dizia o saudoso Samora Machel.

Compatriotas! Eu faço um apelo: temos que completar a nossa independência, façamos uma revolução cultural.

Existe um chavão muito propalado que diz que o Moçambicano é hospitaleiro, pacato, simpático,etc.. Estas palavrinhas mais não são que uma espécie de ópio para perpetuar a nossa subserviência, como já havia anotado

Ungulani Ba Ka Kossa.

Não nos devemos fiar nessas palavras de mel misturadas com fel, temos que ser donos do nosso destino, não precisamos que nos venham dizer o que somos para nos conhecermos. Ora! Para dizer a verdade vejo nisso uma ironia cíclica, na Europa os Portugueses são também reconhecidos como povo hospitaleiro, e com esta palavra mágica os povos da Europa Central e os Nórdicos vão curtindo sossegadamente as belas praias do Algarve tendo um Lisboeta como guarda-roupas ou como bysiter.

Mas, voltemos ao BIM. Tive que fazer pesquisas para entender como é que o tal de Dr. Luís Palminha do BIM, nascido na Mafalala, onde brincou aos barquinhos de papel nas turvas águas dos charcos junto ao mercado ,vem a ribalta mandar lixar um seu conterrâneo e toda a sua raça! ! ! ! ! !
Das entrevistas que fiz passei a saber que afinal de contas a questão no BIM é bem pior. Por exemplo, dizem que existem directores portugueses que passam o dia todo em plena coma alcoólica e só chegam ao serviço na altura da saída, aos berros como uns escorpiões assanhados. Os tipos usam e abusam dos subordinados, insultam, humilham, ferem, denodados. E, perante tudo isto o Dr. Machungo permanece surdo e imoto. Estranho hein! !

Foi-me igualmente dito que existem portugueses álcool-dependentes, que quando não tomam um copinho, estremecem que nem um carro sem amortecedores.

Há um jovem lusitano que em pleno período laboral exala tanto álcool que da vontade de vomitar aos que com ele tomem o mesmo elevador.

Chega a dar a impressão que o Eng. Jardim decidiu mandar para Moçambique os alcoólatras do BCP. Talvez seja em razão disso que nada mais fazem que berrar, vociferar, injuriar, insultar.

Retomando o nosso propósito, um colaborador da Direcção de Recuperação de Credito, chegou a dizer que o tal cliente até foi tratado com compaixão, porque os subordinados do Dr. Palminha já estão calejados, pois, já lhes insultaram as mães, as avós, as irmãs e todas as putas da família.

Dizem que os expatriados, como são conhecidos os descendentes de Salazar, gozam dos mais elevados privilégios, os salário estão acima dos 3.500 dólares americanos e para pessoas que nem sequer concluíram o Liceu.

Enquanto que um Moçambicano de melhor formação tanto académica quanto profissão, sob o tal regime caricato de exclusividade de funções, aufere menos de 8.000.000 de Mt! !!!!!!!

De mais a mais, os salários estão no segredo dos Deuses, ninguém sabe quanto vence o colega. As subidas de categoria e de salário dependem muito do quão os trabalhadores escovem os chefes, chegaram a dizer-me que existem Moçambicanos que a custo de uma promoção e de preservar o emprego, são obrigados a curvar as costas, afastar as pernas e deixar o orifício traseiro a mercê de muitos chefes gay do BIM.

Para além dos salários chorudos que esses tugas auferem, todos eles vivem nuns condomínios luxuosos: Vila Manica e Pink Village.

Nestes condomínios tudo está a cargo do BJM, a alimentação, o telefone fixo, o telemóvel, o combustível dos carros e as passagens para Portugal sempre que lhes der na tola. Isto para não falar de subsídios e assistência para a família.

Há quem diga que o que o BIM gasta com um expatriado da para custear todos os encargos ao admitir 10 mocambicanos recém-formados na Universidade!

Não compreendo como é que isto é possível! !! Tive que conversar com alguns funcionários seniores do Banco Austral, estes disseram que o ABSA, accionista maioritário, tem um número ínfimo de Sul-africanos em Moçambique, e que a maior parte deles são pessoas de elevada formação tanto académica como profissional.

No Banco Austral existe 1 membro do ABSA para 300 Moçambicanos. Isto é uma antítese com o que ocorre no BIM, onde existe 1 membro do BCP para cada 20 mocambicanos! ! !! praticamente todas as Direcções e secções são comandadas por Portugueses cuja formação é muito duvidosa.

E mais, a maior parte deles passa a maior parte do tempo a viajar e a passear a pobre classe nos cafés de Maputo. O mais grave é que todos os anos desembarcam alentejanos, algarvios, madeirenses mandatados pelo BCP para vir ao BJM ocupar cargos e funções que podiam ser ocupados por Moçambicanos e com a mais valia de um abrandamento das despesas com o pessoal em cerca de 45%.

Para agravar o paradoxo, criaram actualmente um projecto de redução e racionalização de custos para acomodar mais um Português. Neste projecto falam nas várias medidas para poupar papel, tinteiros, etc..Uma manobra para tapar a vista dos Moçambicanos, acusando-os de serem despesistas com o material, enquanto que os custos administrativos mais graves residem nas despesas com os expatriados.

Leva-me a crer que isto é um reflexo da cultura do pobretanas: mal consegue um negócio leva a reboque toda a família mesmo que a maior parte deles estejam só a roncar. Se me permite Eng. Jardim, recomendo que reveja os critérios de admissão dos portugueses no BJM, porque o Sr. como pessoa de largos pergaminhos em matéria de gestão, não vai querer que um dia o BIM venha a decretar falência, certamente. A não ser que o Sr. esteja a cumprir uma agenda politica do governo português de redução do desemprego e da taxa de toxicodependentes, enviando toda a escumalha para África.

Os créditos aos colaboradores são um verdadeiro fenómeno. Tudo se resume a tal capacidade de endividamento, o que significa que só terá mais quem aufere melhor salário, por outras palavras, só os expatriados podem contrair empréstimo de maiores montantes. É uma verdadeira catástrofe!

o madeirense recebe mais, tem maiores beneficios sociais, vai mais vezes ao café mas trabalha menos, ou melhor, finge que trabalha.

Certamente que virão muitos dizer que Moçambique não tem capital e Know-how suficiente, por isso precisa inelutavelmente de investimento estrangeiro.

Que assim seja! Mas quem tiver que investir no nosso Pais tem de ser uma nação com grande expressão na economia mundial e não aquele que é o péssimo exemplo europeu: o mais pobre, o mais dependente dos fundos de coesão europeia, com o maior índice de toxidependentes, de alcoolismo, de analfabetismo mas, paradoxalmente, o pais da Europa onde os homens mais se devotam ao cabeleireiro, manicure, pedicure.

Que desenvolvimento podemos esperar do investimento vindo de um subdesenvolvido, de um país que está sendo novamente colonizado pelos castelhanos. Irmãos! neste aspecto penso que os Angolanos foram muito melhores que nós, na terra dos mangolês só investe de facto quem vem trazer ao Pais valor acrescentado dentro da Geoestratégica económica, como corolário disso Portugal está na cauda da lista dos parceiros económicos de Angola. Sabendo disto, os tugas estão usando todos os meios para lançar as suas garras de papel sobre Moçambique: a sua tábua de salvação.

Moçambicanos! deixemos essa passividade doentia, sejamos proactivos, não aceitemos que no solo fertilizado pelos ossos dos nossos avôs, sejamos violentados por esta forma de novo imperialismo.

Compatriotas! temos a televisão, temos os Jornais, temos os e-mails, façamos panfletos, temos árvores para pregar mensagens, e se estes meios não servirem, temos também catanas, firamos, trucidemos, esquartejemos e enviemos pela TAP o saco com os restos mortais ensanguentados de todos os seguidores da cultura Palminha.

Chipenenhana – um jornalista na clandestinidade

PS 1: estou resolutamente, há semelhança dos que deram a sua vida pela independência, decidido a submergir nesta luta contra a selvajaria dos descendentes de Salazar.

PS2: se o caso do Palminha não for resolvido brevemente, prometo lançar, na maior parte dos jornais, denuncias mais gravosas indicando nomes e as respectivas unidades orgânicas. E mais, estou a espera que me processem, assim talvez o povo receba mais rapidamente a minha mensagem.

Chipenenhana - um jornalista na clandestinidade"

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A LIBERDADE COMEÇA NA MINHA RUA



Pelo seu realismo e pela pega dos bois pelos "cornos, abaixo transcevo um artigo de opinião do Jornalista/Escritor MIGUEL SOUSA TAVARES.

Ao longo da minha vida ainda só vi um artigo que toca na "FERIDA" desta problemática de imigrantes completamente iletrados e que nem um parafuso sabem apertar, vivendo do rendimento social de inserção, casa de borla, saúde de borla, escola de borla, etc., e que se dedicam à criminalidade, vandalismo e destruição do património que o estado lhes concedeu para viverem debaixo de um tecto. É que nos países de origem deste "LIXO" não tinham sequer uma palhota e uma esteira para não apanhar chuva e esticar o esqueleto, respectivamente.
Eu sei que temos que ter uma política de bom senso com imigrantes de áfrica, por que também lá temos muitos portugueses. Mas os portugueses que lá estão não foram para lá para viver do rendimento social de inserção, habitação de borla, saúde de borla, escola de borla, etc.. Os portugueses estão lá a produzir para bem desses países, criando riqueza e emprego para os naturais. Duas situações completamente diferentes.
Os nossos governantes não podem pactuar com estes marginais e há que devolvê-los à suas origens com o carimbo de " PERSONNA NON GRATA ". Se os seus governos não entenderem que bandido é bandido e que, portanto, só há uma hipótese: pedir desculpas aos países de acolhimento e ficar com os seus cidadãos marginais, que se comportam como animais e castigá-los da maneira como entenderem melhor, então é melhor cortar relações diplomáticas e comerciais. Ganhamos mais com isso..
Há princípios que não podemos abdicar, independentemente dos interesses político/económicos que possam existir entre os países. E qualquer país que fique ofendido e cometa represálias por os seus cidadãos marginais terem sido expulsos dos países de acolhimento, o seu governo é tão bandido como eles...



A liberdade começa na minha rua
Miguel Sousa Tavares

"Quando foi construído, o Bairro da Bela Vista em Setúbal, não seria um paraíso, mas tinha condições de qualidade de vida muito razoáveis, muito acima do que os que para lá foram viver estavam habituados e muito próximo daquilo que de melhor um país que não é rico pode fazer por comunidades desfavorecidas. Nem a crise actual nem o desemprego ou a exclusão social podem justificar que, na Bela Vista, como em outros 'bairros sociais' construídos de raiz e com condições mais do que aceitáveis, ao fim de pouco tempo tudo esteja escavacado pelos seus habitantes. Não é porque alguém está desempregado ou se sente marginalizado socialmente que tem o direito de rebentar com o elevador do prédio, pintar e sujar as paredes, vandalizar os espaços verdes ou ficar meses sem mudar uma lâmpada fundida.

O debate desta semana na Assembleia da República sobre os acontecimentos violentos da Bela Vista foi uma oportunidade perdida para que, com a contribuição de todos os quadrantes políticos, se iniciasse uma discussão séria sobre estas questões, antes que o incêndio, por enquanto sob controlo, nos bata à porta, como sucedeu em França ou na Grécia. Infelizmente, estamos em ano plurieleitoral e parece que toda a política se resume a duas abordagens: por um lado, o Governo a fazer a propaganda do que fez; por outro, a oposição a atribuir ao Governo a culpa de todos os males, desde a crise do subprime nos Estados Unidos até à responsabilidade pelos jovens que disparam tiros sobre a esquadra da PSP na Bela Vista.

Pela esquerda, Loucã repetiu os lugares-comuns mais primários da enciclopédia política, exigindo ao Governo "um programa de emergência, a aprovar amanhã, que dê segurança, pão e emprego e acabe com os guetos no país inteiro". Um pouco mais de ousadia e teria pedido um programa social que desse a cada habitante dos guetos um bólide 'quitado' para eles se entreterem a fazer corridas nocturnas clandestinas na Ponte Vasco da Gama ou na Via de Cintura Interna. Visto assim, o problema é simples: o desemprego gera fatalmente violência, a pobreza gera crime. Logo, a solução é simples: emprego para todos (onde?), bem-estar para todos. Quanto custa, quem paga, como se paga, isso são pormenores.

Pela direita, pediu-se o habitual: mais polícia, menos imigrantes, mais repressão. Mas Paulo Portas acrescentou, e com razão, que mais polícia só António Costa é que a teve em Lisboa para a caça à multa.
Pelo Governo, Sócrates fez o que lhe competia - defender a polícia - e aquilo que faz em qualquer situação: responder com números, números que ninguém controla, ninguém sabe se são verdadeiros ou não e se alguma vez saíram das leis e do papel para se transformarem em actos concretos com reflexo na vida concreta das pessoas.

Acontece que todos têm uma parte da razão e ninguém a tem por inteiro. Porque a compulsão para o debate político infrutífero, para o confronto visando exclusivamente as sondagens e a popularite, impede um esforço concertado de todos para se chegar a um consenso sobre uma visão de conjunto para um problema que é mais do previsível que terá de ser atacado, de cima a baixo, antes que se transforme numa bomba de fragmentação a explodir estilhaçando tudo à volta.

Se quisermos começar por ir à mina de água, o problema nasce logo no desordenamento territorial que se tem vindo a agravando. Seria necessário compreender, de uma vez por todas, que quando se seguem anos a fio de políticas que conduzem à morte do mundo rural e ao despovoamento do interior, se está a criar um problema que vai ser sentido a jusante. Quando, como fez este Governo recentemente, se acaba de liquidar a Reserva Agrícola, quando a agricultura é substituída por plantações de eucalipto que não criam um posto de trabalho, ou por campos de golfe, quem não queira ou não possa reconverter-se em caddie ou vigilante de fogos florestais só tem como destino vir habitar um desses guetos nas grandes cidades, onde lhes prometem emprego, com comodidades novas e centros comerciais para passear ao fim-de-semana.

E o mesmo acontece quando não há políticas fiscais agressivas, políticas de descentralização administrativa séria, que fixem populações nos centros urbanos do Interior. E, quando essas populações que desaguaram nas grandes cidades por falta de alternativa, se deparam com uma crise que lhes rouba os prometidos empregos, não lhes restam sequer as relações de vizinhança e de entreajuda a que estavam habituadas. Porque, como bem sabemos, não é por haver uma multidão à nossa volta que estamos menos sós.

Depois, é evidente que a questão da imigração e das quotas para imigrantes é uma questão séria e que precisa de ser debatida, sem preconceitos, quer do ponto de vista social, como criminal. Porque se, por um lado, os imigrantes acrescentam uma multiculturalidade que é salutar, se rejuvenescem a população e até são essenciais para o financiamento da Segurança Social, também parece inescapável pensar que o país não pode acolher, sob pena de graves custos e distúrbios sociais, aqueles que não tem condições para receber decentemente. E se, do ponto de vista criminal, é mais do que abusivo pretender que o aumento da imigração corresponde fatalmente ao aumento da criminalidade, também não há como negar o que todos os relatórios dizem: que a criminalidade violenta, organizada, grupal, está a ser largamente importada e protagonizada por imigrantes, sobretudo do Leste.

O passo seguinte é reflectir até que ponto a construção de bairros sociais - sobretudo se habitados por comunidades étnicas particulares, misturadas ou não entre si - é uma boa solução ou antes um barril de pólvora pronto a explodir. Quantos bairros sociais destes temos com bons resultados? Porque é que em Braga, onde eles acabaram, a criminalidade diminuiu? As populações autóctones rejeitam a integração nos seus bairros de negros, ciganos ou oriundos do Leste? Mas terão elas o direito de decidir ou isso é política inalienável do Estado (foi a questão de Oleiros)?

Decisiva é também a questão de saber quais os limites de actuação que devem ser concedidos à polícia e quais os meios necessários para que a polícia não fique à defesa, entrincheirada na esquadra, enquanto os bandidos ocupam a rua, fazendo dela o seu farwest privado. Mas também é necessário que se assente que um carro em fuga, mesmo que com presumíveis delinquentes lá dentro, não justifica que se atire a matar. E, sobretudo, que a falta de treino ou de perícia da polícia não pode continuar a servir de desculpa para os tiros que são disparados para os pés e acabam por atingir a cabeça dos suspeitos.

E, finalmente, julgo que as próprias comunidades destes bairros têm de ser responsabilizadas, naquilo que são os seus deveres. O país não tem obrigação de pagar prédios que são vandalizados ou jardins que só servem para largar os dejectos dos cães ou passar droga. Os pais têm de ser responsabilizados pelo que fazem os filhos, os condóminos pelo estado do prédio, as associações locais pelo uso dos espaços de fruição comum. E um delinquente de 14 anos tem de ser travado e castigado, antes que se transforme num bandido de 20 anos. A liberdade de não viver cativo de uma minoria de arruaceiros também é tarefa de cada um."

8:00 Segunda-feira, 18 de Mai de 2009

sexta-feira, 8 de maio de 2009

CIVILIZAÇÃO FERIDA


PELA SUA BELEZA E OBJECTIVIDADE, ABAIXO TRANSCREVO UM ARTIGO DE OPINIÃO DA JORNALISTA " CLARA FERREIRA ALVES "




Uma civilização ferida
Clara Ferreira Alves
8:00 Segunda-feira, 4 de Mai de 2009




Lembrei-me de crepes chineses, nem sei porquê. Crepes chineses gigantes, enrolados em cobertores e lençóis sujos. A muitos nem se lhes vê a cabeça ou os pés. O corpo escondido dentro da manta, ou atrás de um caixote de cartão com as sobras do anúncio da televisão coreana com ecrã plano e alta definição. Os corpos em baixa definição, difícil perceber que ali dorme um ser humano, ou ressona, ou bate as pálpebras em vigília, dentro dos papéis amachucados e atrás dos cartões e dos sacos de plástico. Os sem-abrigo, sem casa, sem emprego, sem família, sem domicílio certo, sem título de cidadania. Há muito tempo que não via tantos em Lisboa a dormir ao relento e ao frio, porque o vento que sopra do rio é gelado de madrugada, antes de as primeiras gaivotas acordarem.

Estão por baixo das arcadas dos viadutos do caminho da cidade nova e do Parque das Nações, estão por dentro e por fora da Estação de Santa Apolónia, estão nas grutas naturais das arcadas do Terreiro do Paço, nos recantos da Praça do Município, nos pórticos cobertos do Teatro D. Maria, nos cantos do Rossio e nos degraus da Estação do Rossio. Estão no côncavo dos prédios de ruas e avenidas, nos portais das igrejas, nos bancos dos jardins. Certas zonas da cidade têm mais do que outras, talvez porque os sem-abrigo tenham a seu modo instituído um mapa da destituição, um bairro de itinerário e poiso dos seres sem morada certa. Juntam-se.

Os "crepes chineses" jaziam nos esconsos dos viadutos junto a Xabregas que ligam a Baixa ao aeroporto, à ponte, à auto-estrada do Norte, do Sul, à CRIL e à CREL e aos Eixos. Todas aquelas belas estradas que cortam uma Lisboa que nem sabemos onde fica ou que nome tem. Os carros por cima, na grande velocidade nocturna, e por baixo, visíveis para quem venha devagar ou pretenda fazer inversão de marcha, os corpos enrolados e quietos. Uma dúzia deles. Àquela hora nem os bons samaritanos andam a distribuir sopas e agasalhos.

O número aumentou e continua a aumentar. Houve um período, nos anos 90, em que Lisboa quase não tinha sem-abrigo nem pedintes. A maioria dos vagabundos era engrossada pelos drogados recuperáveis e terminais. Ou morriam como aves no Inverno ou se transformavam em sociedades unipessoais de arrumação de automóveis. Os arrumadores. Havia o grupo da sopa dos pobres e a malta do Casal Ventoso e dos bairros abarracados, que assombravam as ribanceiras e as fronteiras da cidade. Não havia o que há hoje, homens e mulheres, mais homens do que mulheres, nem sempre de nacionalidade portuguesa, que olham para nós com olhos duros e nem estendem a mão. Muitos não são pedintes, são desempregados, gente que o sistema deixou cair das malhas de protecção do Estado Social. Perderam o emprego, depois a casa, depois um domicílio certo, e a partir de certo estado de indigência, quando o cheiro a matéria humana afasta o que é humano, não há maneira de regressar ao mercado de trabalho ou à dignidade. Ou arranjar uma família ou um amor. Se não podemos abolir os pobres ou, como se diz agora, incluir todos os excluídos, também não podemos ignorar a mancha alastrada no chão. O que fazer com esta gente? Mais, o que fazer com esta gente quando andamos ansiosos sem saber o que fazer com nós mesmos?

Todos os dias abrimos um jornal, enquanto houver jornais, e vemos o futuro pintado de negro, números assustadores e profecias catastróficas. O futuro é evanescente, disperso entre as calamidades naturais do aquecimento global, o fim da sociedade de abundância e a queda dessa entidade abstracta e aterradora que é o sistema económico-financeiro do capitalismo democrático (visto que o não-democrático parece estar melhor equipado para sobreviver à crise). Abre-se um jornal e imagina-se o nome próprio inscrito na estatística negra. Aquele medo ancestral de acabar nas ruas, de acabar sem nada, começa a tomar conta de todos. Até dos mais ricos, porque os mais ricos têm mais a perder. Os mais ricos são diferentes dos muito ricos, que sofrem a ansiedade da perda relativa e não da perda absoluta. A única vantagem dos sem casa, a única mesmo, é que deixaram de ter essa ansiedade. Perderam o medo de perder tudo, porque já perderam. Talvez isso lhes dê alguma liberdade. É como dizer que os mortos têm a sorte de terem deixado de ter medo da morte.

Enrolados entre dois feriados, o de uma revolução pela liberdade e o da liberdade de trabalhar, celebramos exactamente o quê? O que temos ou o que temos a perder? Tantos anos passaram, tanto dinheiro mudou de mãos, e eles ainda ali estão, os sem-abrigo. Vestígios arqueológicos de uma civilização ferida.

Nota: Circula na net e na blogosfera um falso texto com a minha assinatura, que aparece como tendo sido publicado no Expresso, e que é um enunciado de injúrias a Mário Soares. O falsificador, anónimo, usou o meu nome para caluniar.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

VITAL MOREIRA AGREDIDO E INSULTADO NA MANIFESTAÇÃO DA CGTP...


Vital Moreira agredido e insultado na manifestação da CGTP

A hipocrisia dos políticos leva a este tipo de situações. Aliás, os portugueses até são bastante inactivos em desordens deste tipo, comparado com outros países ditos mais cultos e civilizados.
Os políticos só se vêem entre o povo, quando andam à caça de votos. Depois de tomarem conta do poder, olham para o povo como se fosse qualquer coisa de "ascoroso".
Este senhor, que dizem que é independente, é um hipócrita que apenas se juntou à marcha de protesto dos trabalhadores para ficar na fotografia e caçar votos. Mais nada. Quanto à sua independência, isso é conversa da treta por que se se candidata às Europeias em nome do PS é forçosamente um militante do PS. Se ele mudou de camisola ou seja: era comunista e hoje é socialista, tudo bem. Os tempos mudam e as ideias também. Não tenho nada contra isso. Mas às vezes muda-se não por mudança de ideologia mas sim por interesses pessoais que, neste caso, é o mais certo.
Quanto à atitude de alguns participantes na marcha, é intolerável. É um crime civil agredir o seu semelhante. Aquilo que deveriam fazer era convidar o Snr. Vital Moreira a saír da marcha por ser considerado uma "personna non grata". E aí sim, seria um acto de civismo.
Mas, voltando à política, o que eu queria dizer é que os nossos políticos só se misturam com o povo quando há eleições. Fora disso o povo é visto de longe para que não vá o Diabo tecê-las e os políticos apanharem alguma doença contagiosa. Em campanha corre-se o risco, mas fora dela não há necessidade.


Petróleo: Reservas da Galp dão para abastecer Portugal por 21 anos

O que fazer para combater esta cambada de "Ladrões" ?
Se a GALP tem reservas para 21 anos, isso quer dizer que durante o mesmo prazo, a GALP não precisa de aumentar os preços da gasolina porque a matéria prima já foi adquirida e paga e, portanto, não está sujeita a flutuações de preço.
O problema é que eles usam o sistema de LAST IN FIRST OUT em vez de FIRST IN FIRST OUT. Mas se o LAST IN FIRST OUT for mais barato, então mudam para o FIRST IN FIRST OUT. Isto quer dizer que se tiverem um stock de 2.000 milhões de litros de combustíveis a, suponhamos, ,50 cêntimos litro (preço de custo) em 31/12/08 e em, suponhamos, 31/05/09 tiverem outro stock de mais 3.000 milhões de litros de combustíveis (adquirido de Jan09 a Maio09 ) a ,60 cêntimos litro (preço de custo) a empresa incide a sua margem de comercialização sobre o último preço ou seja sobre sessenta cêntimos.
Exemplo hipotético: ,50 cts PC + 50% mc = ,75 cts PV;
,60 cts PC + 50% mc = ,90 cts PV.
Cada vez que há um aumento na origem, o preço de venda ao pública é ajustado em função do último preço de custo e não em função da média ponderada dos preços de custo de existências.
As autoridades deviam obrigar as gasolineiras a vender o combustível em função de cada lote,só podendo alterar os preços quando os lotes fossem acabando:
Exemplo Hipotético:
Lote 1 de 2.000 milhões de litros=PC,50 cts, PV ,75 cts
Lote 2 de 3.000 milhões de litros=PC,60 cts, PV ,90 cts
Lote 3 de 4.000 milhões de litros=PC,70 cts, PV 1,05 ct
A margem é de 50%.

Santana sem perfil para concorrer a Lisboa, insiste Paula Teixeira da Cruz


A política, hoje, é uma profissão a que todos querem deitar a mão por que é altamente rendível.
O Santana Lopes anda à procura de um emprego, e dentro da área da política, há várias especializações: deputado, ministro, secretário, subsecretário, assessor, director de qualquer coisa, presidente da república, presidente de câmara, presidente de junta de freguesia, governador, etc..
Esta classe de profissionais está apenas interessada em apoderar-se do poder para servir os seus interesses. Sabe que é garantido o enriquecimento ilícito em poucos anos. E mais não digo.