Artigo de opinião extraído de um Jornal Sul-Africano e traduzido para português. As nossas desculpas por qualquer erro de tradução que possa induzir a uma interpretação errada e confusa. O tradutor só alterou o País a que o artigo se referia.
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Os especialistas procuram explicar ao cidadão comum os mecanismos que levaram a esta "RECESSÃO" cujo epicentro está nos EUA. Os Bancos emprestavam dinheiro aos cidadãos e empresas e depois vendiam esses créditos a entidades financeiras que por sua vez revendiam a outras entidades do género e por aí fora. Conclusão: o cidadão fica cada vez mais confuso e tudo leva a crer que a BANCA virou uma autêntica organização mafiosa que fez desaparecer milhões e milhões de dólares e que, com certeza, alguém se terá abotoado. Os tais activos tóxicos que ninguém sabe bem o que é, pelos vistos não são recuperáveis.
Para um leigo, como eu, gostaria que me explicassem como é que funciona o sistema monetário em todo o mundo. Há 40 anos atrás, numa disciplina de economia política, aprendi que os governos deitavam mão à "moeda fiduciária" para cobrir falhas na circulação monetária (falta de liquidez). Dizia o manual que esta medida provocava inflacção mas que era um mal menor. Aliás, algumas ex-colónias portuguesas também deitaram mão à " moeda fiduciária" pensando os governos, na sua ignorância, que o dinheiro só por si iria produzir bens de consumo. É que aqui o problema era falta de bens de consumo. O que aconteceu foi que, o cidadão tinha dinheiro, mas não havia nada para comprar. Aumentou-se a circulação da moeda que acabou por esgotar os bens de consumo existentes. Resultado: o pessoal tinha muita nota mas as montras só tinham teias de aranha.
Numa economia saudável, a peça fundamental é o poder de compra do cidadão. Se o cidadão tem poder de compra tudo se fabrica e tudo se vende. Ao contrário, nada se produz nada se vende. Então como resolver este problema, para que o cidadão tenha poder de compra ?
Na minha modesta opinião o problema está em que 90% do consumo é a crédito ou seja: consome-se uma coisa que ainda não se ganhou para ela. O consumo diário do cidadão normal é pago no mês seguinte. Vai-se de férias a pagar depois. Compra-se um carro a pagar depois. Compra-se uma casa a pagar depois. Enfim, compra-se tudo a pagar depois...
Mas este sistema é fundamental para os Bancos, caso contrário não faziam negócio. Os bancos vivem do dinheiro que emprestam aos seus clientes e se os cidadãos tivessem, pelo menos, para o consumo básico ( comida, calçado, vestuário, água, luz, escola, telefone, tv, etc.) dinheiro para pagar a pronto, não ficaria tão endividado e os bancos perderiam. Enquanto o cidadão não fizer um esforço para pôr os bois à frente da carroça ou seja: o salário que recebe no fim do mês deve ser utilizado para o mês seguinte e não ao contrário ou seja: recebe o salário ao fim do mês e depois de pagar as dívidas fica sem dinheiro, voltando à estaca zero. Resumindo: o cidadão tem de se mentalizar que não pode gastar aquilo que ainda não ganhou. É claro que isso não interessa aos bancos. O sistema foi montado, de tal maneira, que o cidadão já não consegue viver sem crédito. Sem gastar adiantado. O problema é que se surge uma crise, um imprevisto, lá vai um lar pela água abaixo e mais uns quantos a aumentar a pobreza...
Voltando ao poder de compra do cidadão e é aqui que assenta a economia de qualquer país, penso que se o nosso governo, em vez de injectar dinheiro nas empresas, pusesse o dinheirinho no bolso de todos os desempregados, a economia não parava. As empresas lutam com a problemática de falta de encomendas ( não há consumo porque não há dinheiro ) logo, injectar dinheiro nas empresas só se for para os Administradores comprarem mais uns jaguares, etc. .
Imaginemos que os 10 milhões de portugueses tinham poder de compra normal. As indústrias passavam a ter encomendas, o comércio vendia, os desempregados arranjavam emprego e a recessão morria. Se todos os países procedessem da mesma maneira, teríamos a economia mundial normalizada.
As empresas fecham por falta de encomendas porque não há poder de compra. Não é um problema de falta de "BENS DE CONSUMO". O que é preciso é que o cidadão tenha dinheiro para os comprar.
Os governos é que criam as "recessões" portanto só eles é que as podem resolver. E podem começar por abolir com os "OFF-SHORES" imediatamente e proibir que os "Lóbis" atirem para o mar os excessos de produção de produtos agrícolas e outros, apenas para manter o equilíbrio da oferta e da procura. "
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