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terça-feira, 28 de outubro de 2014

GRITO DE IPIRANGA...

"Grito do Ipiranga", significa independência, libertação do jugo dos colonizadores portugueses que oprimiam os brasileiros. Terá sido? Não. Claro que não! Os colonizadores deixaram de ser chamadosportugueses e passaram a designar-se brasileiros a partir de 1822. A colonização continuou com os herdeiros da Coroa, depois nacionalizada brasiliana. Os brasileiros originais eram aqueles que viviam nas Américas antes da chegada dos "homens brancos" europeus, e que simplesmente não se auto-designavam "brasileiros". Depois foram chegando outros, que não eram brancos e estavam reduzidos à condição de escravos. Chegaram também outros que eram homens livres, brancos e não brancos, para trabalharem em condições de quase escravatura. E hoje, brancos e não brancos, são todos "livres", libertos que estão dos opressores portugueses, e assim já lhes é possível, agora, oprimir outros que afinal até foram os primeiros a chegar à América do Sul: os índios, que já lá viviam muito antes de darem o nome de América ao continente ou Brasil ao maior território da América Latina. Os índios merecem viver com a dignidade que muitos dos que se consideram brasileiros (de origem europeia, africana e asiática) lhes querem negar... Por quê GENOCÍDIO DOS GUARANI - KAIOWÁ ? Os índios da etnia Guarani-Kaiowá estão correndo sério risco de GENOCÍDIO, com total omissão da mídia local e nacional e permissão do governo. Se você tem consciência de que este sangue não pode ser derramado. A CARTA: "Nós (50 homens, 50 mulheres, 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá , vimos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de despacho/ordem de nossa expulsão/despejo expressado pela Justiça Federal de Navirai-MS. Recebemos esta informação de que nós comunidades, logo seremos atacada, violentada e expulsa da margem do rio pela própria Justiça Federal de Navirai-MS. Ignorando os nossos direitos de sobreviver na margem de um rio e próximo de nosso território tradicional. Assim, entendemos claramente que esta decisão é parte da ação de genocídio/extermínio histórico de povo indígena/nativo/autóctone do MS/Brasil.A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas? Para qual Justiça do Brasil? Avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo, não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui. Estamos aqui acampados 50 metros de rio onde já ocorreram 4 mortos, sendo 2 morreram por suicídio, 2 mortes de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas. Estamos sem assistência nenhuma, isolados, cercados de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos uma vez por dia. Tudo isso para recuperar o nosso território . De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários os nossos avôs e avós, bisavôs e bisavós, ali estão o cemitérios de todos nossos antepassados. Como um povo nativo/indígena histórico, decidimos meramente em ser morto coletivamente aqui. Não temos outra opção, esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS.'' Brasília: A Esplanada dos Ministérios amanheceu com cinco mil cruzes plantadas no coração do poder. Cinco mil vidas indígenas ceifadas, simbolizando o genocídio em curso e as décadas e séculos de decretos de extermínio e mortes planejadas. Cenário tétrico, que deveria comover os responsáveis pelos três poderes, em última instância pelo silencioso e continuado genocídio do povo Kaiowá-Guarani do Mato Grosso do Sul. Na medida em que o tempo foi passando mais e mais pessoas foram chegando, quase todas vestidas de preto, como gesto de luto e protesto. Nas camisetas o clamor contra o terrorismo dos poderes contra a vida e os direitos dos Kaiowá-Guarani e demais povos indígenas do país ameaçados em perder direitos conquistados na Constituição e consagrados na legislação internacional. Foram se juntando à manifestação: . Imprensa e aliados, Entidades de Direitos Humanos, . Indigenistas, Parlamentares de plantão, em tempo de Congresso vazio. . Até a veterana jornalista, Eliana Lucena que desde a década de setenta vem denunciando . D. Enemesio, presidente da Comissão Pastoral da Terra, Representantes dos órgãos de várias regiões . Conselho Federal de Psicologia, Justiça Global, Plataforma de Direitos Humanos, Sociais, Culturais e Ambientais (DHSCA) , Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Foi um grito forte da sociedade civil exigindo medidas imediatas e eficazes da parte dos três poderes para estancar o genocídio e garantir os direitos dos povos originários deste país. Foi um grito forte da sociedade civil exigindo medidas imediatas e eficazes da parte dos três poderes para estancar o genocídio e garantir os direitos dos povos originários deste país.

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