"Carta aberta a um anormal.
Caro anormal. Escrevo-lhe está carta porque estou farto.
Estou farto do ladrão que não vai preso, das finanças que só perseguem o pequeno e dos grandes que sempre viveram na impunidade.
Estou farto daqueles que mentem nas televisões, nas rádios, nos jornais e, o pior, na Assembleia da República.
Estou farto que os mesmos de sempre continuem a enterrar o país, ano após ano, tal como o fizeram no passado.
Estou farto do nepotismo nojento, dos “filhos de ministros” ou das “esposas de secretários de estado”.
Estou farto das subvenções vitalícias, dos subsídios injustificados e da justiça só para alguns.
Estou farto de uma comunicação social injusta, que vive do escândalo e que reprime o importante.
Estou farto que continuem a matar a saúde enquanto culpam governos passados. Estou farto que o chão dos hospitais se cubra de doentes, porque não há camas. Estou farto que centenas de escolas estejam ao abandono, enquanto outras recebem investimentos todos os anos. Estou farto da criminalidade nas metrópoles e do caos nos transportes públicos.
Estou farto que me digam que está tudo bem quando sei bem que não é verdade. Não por preconceito partidário mas porque vivo o Portugal real todos os dias.
Estou farto de ver aqueles que mais mentem, que mais corrompem e que mais se riem disso, acabarem sempre por saírem vitoriosos. Porra, estou farto que essa seja a norma, e que no meio disto tudo o senhor seja o anormal.
O anormal que não podem acusar de alguma vez ter roubado. O anormal que lutou contra interesses e poderes instalados. O anormal que venceu quando todos diziam o contrário. O anormal que cometeu muitos erros, mas que, ao contrário dos normais, soube admiti-los e redimir-se.
Sabe, admito que nunca foi a minha escolha ideal, mas quando questionado sobre as promessas que faria aos portugueses, enquanto os outros prometiam mundos e fundos que nunca vão realizar, o senhor prometeu acima de tudo “ser forte com os fortes e não forte com os fracos”.
Estou farto daqueles que são fracos com os fortes e por isso também sou um anormal.
Tenho dito."
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